O ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre pena, não poderá usufruir da tradicional “saidinha” de Natal neste ano. A decisão decorre da aprovação, pelo Congresso Nacional, de uma série de restrições ao benefício concedido a detentos em datas comemorativas — medida amplamente defendida pela bancada conservadora ao longo dos últimos anos.
A ironia do momento não passou despercebida por críticos do ex-presidente. Durante seu governo e em suas manifestações públicas, Bolsonaro frequentemente atacou políticas de ressocialização e criticava a flexibilização de regras que permitiam a saída temporária de presos. Agora, encontrará essas mesmas limitações aplicadas a si próprio.
Com a nova legislação, a saída temporária para visitas familiares em datas festivas foi praticamente eliminada para a maioria dos detentos. Assim, Bolsonaro deverá
permanecer na unidade prisional durante o período natalino, seguindo a rotina comum do sistema carcerário. Caso não haja nenhuma decisão judicial contrária, o ex-presidente passará o dia 25 de dezembro sem qualquer benefício especial — o que inclui o tradicional almoço natalino preparado internamente, popularmente chamado de “quentinha”.
Parlamentares de direita, que por anos defenderam o fim do benefício alegando que ele favorecia criminosos perigosos, agora protagonizam um episódio politicamente simbólico: a mesma regra que queriam impor à população carcerária atinge também seu principal líder político.

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