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Adolescente que salvou irmão em incêndio em Colombo falece em hospital



A adolescente Jaqueline Andrade, 16 anos, que salvou o irmão de um incêndio no dia 15 de janeiro em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, apresentou uma piora geral em seu estado de saúde e perdeu a vida na tarde desta segunda-feira (18) no Hospital Universitário Evangélico MacKenzie, na capital. A informação foi confirmada pela mãe da jovem: “Estou sem chão”, disse Dinair Farias de Andrade.
Salva irmão do incêndio 

Jaqueline Andrade teve 60% do corpo queimado de forma grave e permaneceu internada desde o dia em que o incêndio atingiu a casa da família. No início da tarde, Dinair conversou com a RICTV Curitiba | Record PR e explicou que o estado de saúde da filha sofreu um agravamento no sábado (16). “De sábado para cá, ela fez um banho terapêutico e eu pensei que ia melhorar. Até que melhorou um pouco. Mas, daí, ela começou a inchar o rosto, sabe. Inchou bastante. Hoje ela amanheceu com dificuldade para respirar, está bem agitada. Ela dá com os pés na parede, ela não está aceitando aquelas máscaras [de oxigênio]. Ela fala que ela não aguenta mais e fala a todo momento que ela não fez nada porque que tentaram matar ela”, contou a mãe.
Entenda o caso

No dia do incêndio, a jovem, mesmo com o corpo em chamas, voltou para buscar o irmão de quatro anos. Em uma entrevista à RICTV Curitiba | Record PR, concedida no dia 1º de fevereiro, ela contou como tudo aconteceu.“Quando eu vi, o meu pai começou a gritar ‘a casa pegou fogo’. Daí, todo mundo saiu correndo para fora e eu também saí correndo. Só que eu já ‘tava’ mais queimada porque o fogo começou no meu quarto. Aí, eu peguei e senti falta dele, daí eu voltei correndo e peguei ele”. A menina ainda conta que encontrou a criança apavorada e encolhida atrás do fogão. “Eu não me arrependo. Eu faria tudo de novo”, afirmou com convicção. 
Estado grave

Segundo Dinair, o fogo queimou a filha de tal forma, que ela não reconheceu a menina quando entrou na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). “Quando eu cheguei ali na UTI, que eu vi aquela moça com o rosto todo preto, preto, preto, e cabeça muito inchada, eu pensei ‘Meu Deus, o tanto que essa mulher se queimou’, explicou na ocasião.

E menina precisou permanecer na UTI por 15 dias e, por duas vezes, teve um agravamento em seu estado de saúde para só então começar a melhorar e ser transferida para um quarto da instituição de saúde.
Suspeita de incêndio criminoso

A casa da família ficou completamente destruída, no entanto, em meio aos escombros, a polícia encontrou um coquetel motolov - um tipo de bomba incendiária de fabricação caseira.

Jaqueline afirmou que enquanto dormia, teria por um momento acordado e visto alguém abrindo a janela de seu quarto. “Eu notei que era um homem. E eu tenho certeza que foi um incêndio criminoso e eu quero justiça porque eu to sofrendo muito, a minha família e a minha mãe, todo mundo. Tudo o que eu tô passando, eu não merecia”. Contudo, em nenhum momento, ela diz estar arrependida.“Sabe que eu agradeço a Deus por eu ter sido queimada. Porque eu sendo queimada, ele não morreu. Foi Deus que lembrou, né. Porque num incêndio quem vai lembrar de alguém. Você lembra só da sua vida”, declarou sobre o sacrifício que fez pelo irmão menor.

O caso é investigado pela Polícia Civil de Colombo.

Fonte Ric TV

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